Sobre Cavalos e arte

Sobre cavalos e arte
 
"Eu não acreditaria se em sua próxima carta você me dissesse não ter mais nada,este talvez seja um processo mais sério,e eu não ficaria surpreso se você ficasse,durante o tempo necessário para se restabelecer, um pouco abatido.Em plena vida artística,por momento,sempre nos assola, a nostalgia da verdadeira vida ideal e irrealizável.
E as vezes nos falta o desejo de nos relançarmos em cheio na arte e de nos restabelecermos para fazê-lo.Sabemos que somo cavalos de carga,e sabemos que será novamente a mesma carga que que teremos que levar.E então pedemos a vontade,e prefiriríamos viver numa campina com sol,um rio,a companhia de outros cavalos também livres,e no ato de procriação(rs).
 E talvez,no fundo,a doença venha um pouco disto,não me surpreenderia.Não mais nos revoltamos contra as coisas,e também não nos resignamos,ficamos doentes e isso nunca passará,e precisamente isto nós não conseguimos remediar.
Não sei quem foi que chamou este estado de :"estar atingido pela morte e pela imortalidade".A carga que arrastamos deve ser útil a pessoas que não conhecemos.E aí está, se acreditamos numa arte nova,nos artistas do futuro,nosso pressentimento não está errado.Quando o bom pai Corot(rs) dizia,alguns dias antes e sua morte:'Esta noite eu vi em sinhos paisagens com céus todos cor-de-rosa.".pois bem,não nos vieram estes céum cor-de-rosa,e amarelos everdes aém do mais,napaisagem impressionista?Apenas para dizer que há coisas do futuro que pressentimos que realmente acontecem.
E nós que,pelo quanto sou levado a crer,não estamos de modo algum perto de morrer,sentimos contudo que a coisa é maior que n´s,e mais longa que a nossa vida.
Não nos sntimos à morte,mas sentimos a realidade de sermos muito pouca coisa,e que para sermos um elo na corrente dos artistas,pagamos um alto preço em saúde, em juventude ,em liberdade,as quais não desfrutamos nem um pouco,não mais que um cavalo de carga que puxa uma carroça cheia de gente que,essa sim,desfrutará a primavera."
                                 
"Ah,parece-me cada vez mais que as pessoas são a raíz de tudo e, embora seja eternamente melancólico não viver a verdadeira vida,no sentido de que valeria mais trabalhar a pr´pria carne que a cor ou o gesso,no sentido de que valeria mais fabricar crianças que fabricar quadros ou fazer negócios,ainda assim sentimo-nos vivendo quando pensamos que temos amigos entre os que também não estão na verdadeira vida."
 
                                                       Vicent Van gogh,"cartas a Théo.
a mesma boa ,velha e conhecida história,numa abordagem e alusão diferentes,ditas por um homem que morreu na miséria e sem uma orelha.

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